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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O direito ao foda-se.

Dentres aquelas mensagens idiotas de power point achei algo interessante, um email que recebi a muito tempo e decidi posta aqui. Depois de muito tempo sem postar nada para vocês desocupados.

O direito ao foda-se.



O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de foda-se! Que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!? O foda-se! Aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.

Não quer sair comigo?
Então foda-se!


Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!



O direito ao foda-se! Deveria estar assegurado na Constituição Federal. Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.


Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende? No gênero do Prá caralho.
Mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo! O Não, não e não! E tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não! O substituem. O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo Marquinhos presta atenção, filho querido, NEM FODENDO! O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicinio.

Por sua vez, o porra nenhuma! Atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um PHD porra nenhuma! Ou ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!. O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma.
PUTA QUE PARIU!

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu! Ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! Dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.


E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu! Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! Vai tomar no olho do seu cu!Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu! E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez! Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?

Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? Fodeu de vez!.
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se ...


Escrito por Milô Fernandes.

2 comentários:

  1. Comigo funciona a Porra. Inclusive, tenho falado muito ultimamente. Porra, acho que preciso de férias!

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  2. Amor, depois você vem pra cá dizer que eu to falando palavrão d+?
    kkkkkk

    adorei o texto, talvez siga algumas dessas dicas ae!

    =D

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